Capítulo IV

 

A Idade Providencial da Restauração e a Idade do
Prolongamento da Restauração do Ponto de Vista da
Identidade de Tempo Providencial

 

Como expusemos acima, o propósito da providência da restauração é, em última análise, estabelecer o fundamento para receber o Messias. Portanto, quando a providência é prolongada, a providência para restaurar esse fundamento deve repetir-se. Entretanto, para estabelecer o fundamento para receber o Messias, em primeiro lugar, a figura central na providência da restauração deve estabelecer o fundamento de fé pela oferta de sacrifícios simbólicos, aceitáveis a Deus, mediante o uso de certos objetos condicionais, durante certos períodos de tempo. Em segundo lugar, deve estabelecer o fundamento de substância, oferecendo sacrifícios substanciais, aceitáveis a Deus, depois de assentar a condição de indenização para eliminar a natureza decaída.

Por isso, no curso da providência da restauração, a repetição da providência para restaurar o fundamento para receber o Messias, foi afinal, a repetição da providência para restaurar por indenização a oferta simbólica e a oferta substancial. Por conseguinte, a idade de identidade de tempo providencial, formada pela repetição do curso providencial para restaurar o fundamento para receber o Messias foi, afinal, formada pelos fatos históricos na providência para restaurar por indenização as duas ofertas mencionadas acima.

Estudemos agora as características de cada idade providencial de acordo com tais princípios. Para compreender o caráter de cada idade, precisamos conhecer a nação central encarregada da providência, e as fontes históricas centrais com respeito a ela. A história da humanidade tem sido formada pelas histórias de numerosas nações. Entretanto, Deus, escolhendo uma nação especial dentre todas as nações, e fazendo com que ela caminhe pelo curso providencial típico da restauração para estabelecer o fundamento para receber o Messias, conduz a nação escolhida para que seja o centro de Sua providência e para que dirija a história da humanidade. A nação escolhida para tal missão se chama a "nação dos eleitos de Deus", ou o "povo escolhido de Deus".

A nação dos eleitos de Deus formava-se originalmente pelos descendentes de Abraão, que estabeleceram o fundamento para receber o Messias em nível de família. Por conseguinte, a nação central, tendo realizado a providência de Deus na idade providencial da restauração, era Israel, a nação escolhida. Portanto, a história da nação israelita constitui o material histórico da história providencial da restauração nessa idade.

Contudo, depois que os israelitas entregaram Jesus à crucifixão, perderam seus qualificativos como nação escolhida. Jesus, que previu isto, certa vez lhes disse a parábola da vinha, e concluiu: "O Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza seus frutos" (Mt 21.43). Paulo disse também que nem todos os que são descendentes de Israel pertencem a Israel, mas os que são filhos da vontade e promessa de Deus são o "Israel" (Rm 9.6-8). De fato, a nação central, que tem cumprido a dispensação da idade providencial do prolongamento da restauração, começando com Jesus, não tem sido a nação israelita, mas sim os cristãos, que herdaram a providência divina da restauração deixada incompleta. Conseqüentemente, a história cristã vem a ser a fonte histórica para a história providencial da restauração nessa idade. Nesse sentido, se chamamos a posteridade linear de Abraão na Idade do Velho Testamento o "primeiro Israel", os cristãos da Idade do Novo Testamento podem ser chamados o "segundo Israel".

Quando comparamos o Velho Testamento com o Novo Testamento, os cinco livros da lei (do Gênesis ao Deuteronômio), os doze livros de história (de Josué a Ester), os cinco livros de versos (de Jó ao Cânticos de Salomão) e os dezessete livros de profecias (de Isaías a Malaquias) no Velho Testamento, correspondem aos Evangelhos, Atos, Epístolas dos Apóstolos e Apocalipse respectivamente. Contudo, nos livros de história do Velho Testamento, registra-se toda a história de 2000 anos do "primeiro Israel", ao passo que nos Atos do Novo Testamento, está escrita apenas a história do "segundo Israel" (os cristãos) dos dias de Jesus. Para estudar e entender a providência divina de Deus desde o tempo de Jesus até o presente, devemos recorrer à história do cristianismo como uma fonte de referência, além dos "Atos" do Novo Testamento. Portanto, a história cristã torna-se a fonte histórica que abrange a história providencial da restauração depois de Jesus. Comparando as características de cada um dos períodos que formaram a idade providencial da restauração e a idade providencial do prolongamento da restauração, ligados pela identidade de tempo centralizada na história do "primeiro Israel" e do "segundo Israel", podemos entender mais claramente que a história humana tem sido criada de acordo com uma providência, consistente e formal, do Deus vivo.

SEÇÃO I

O Período da Escravidão no Egito e o

Período da Perseguição pelo Império Romano

O período de 400 anos de Noé até Abraão foi invadido por Satanás, por causa do insucesso de Abraão na oferta. Por isso, durante o período da escravidão no Egito, para restaurar por indenização este período de 400 anos, a posteridade de Jacó foi horrivelmente perseguida pelos egípcios durante os 400 anos depois que ele e os 70 parentes, centralizados em seus 12 filhos, entraram no Egito. No período da perseguição pelo Império Romano, para restaurar este período por indenização, os 12 apóstolos, os 70 discípulos e os cristãos centralizados em Jesus, por causa de sua crucifixão, tiveram que sofrer terríveis perseguições pelo Império Romano durante 400 anos, a fim de restaurar, por indenização, o período de 400 anos de preparação para a vinda do Messias, que fora invadido por Satanás.

No período da escravidão no Egito, o primeiro Israel, a nação escolhida, separou-se de Satanás, que os havia invadido por causa da falha de Abraão na oferta, fazendo a circuncisão (Êx 4.25), oferecendo sacrifícios (Êx 5.3) e guardando o sábado (Êx 16.23). Portanto, também durante o período da perseguição pelo Império Romano, o segundo Israel, a nação escolhida, tinha que se separar de Satanás realizando os sacramentos da santa comunhão e do batismo, oferecendo os santos como sacrifícios vivos e guardando o sábado.

Depois que o período de 400 anos de escravidão no Egito terminou, Moisés subjugou Satanás mediante os poderes dos três grandes milagres e das dez pragas, e dirigiu-se à terra de Canaã, conduzindo o primeiro Israel, a nação escolhida, para fora do Egito. Da mesma maneira, durante o período de perseguição pelo Império Romano, depois que terminou o período de 400 anos de perseguição ao segundo Israel, Jesus influenciou o Imperador Constantino espiritualmente, e moveu-o a reconhecer o cristianismo publicamente em 313, e finalmente conseguiu fazer com que Teodócio I declarasse o cristianismo a religião nacional.

Deste modo, os cristãos vieram a ser restaurados, espiritualmente, a Canaã, saindo do mundo satânico. Na Idade do Velho Testamento, na qual Deus tinha operado sua providência por condições externas de indenização, de acordo com a lei, Deus subjugou o Faraó dando a Moisés milagres e sinais externos. Mas, já que a Idade do Novo Testamento é o período em que Deus operou sua providência com condições internas de indenização, de acordo com a Palavra, Deus então trabalhou através da reforma espiritual.

Depois que terminou o período de escravidão no Egito, Moisés estabeleceu o centro do Velho Testamento recebendo os Dez Mandamentos e as palavras no Monte Sinai. Recebendo as tábuas de pedra, o tabernáculo e a arca da aliança, o primeiro Israel, a nação escolhida, veio a constituir a Vontade para receber o Messias. Da mesma maneira, depois do período da perseguição pelo Império Romano, o segundo Israel, a nação escolhida, decidiu sobre o Novo Testamento recolhendo os escritos dos apóstolos como as palavras para cumprir espiritualmente os Dez Mandamentos e o ideal do templo da Idade do Velho Testamento. Assim ampliaram a base para receber o Senhor do Segundo Advento, estabelecendo igrejas centralizadas nas palavras. No período depois da vinda de Jesus, ele e o Espírito Santo têm conduzido os cristãos diretamente, de forma que Deus não estabeleceu pessoa alguma como figura central de toda a providência, substituindo a Deus, como fez no período anterior da providência.

SEÇÃO II

O Período dos Juízes e o Período das Igrejas Cristãs

sob o Sistema Patriarcal

O período dos Juízes é o período de 400 anos em que os 15 juízes, incluindo os 12 juízes começando com Otoniel e os três seguintes (Sansão, Eli e Samuel), estavam guiando os israelitas. Cada um destes juízes preenchia as múltiplas funções de profeta, sumo sacerdote e rei, as quais foram compartilhadas entre vários indivíduos no período seguinte. Portanto, a sociedade feudal do judaísmo começou nesse tempo. No período das Igrejas cristãs sob o sistema patriarcal da Idade do Novo Testamento, os patriarcas desempenhavam funções correspondentes às dos juízes, com respeito à liderança dos cristãos.

No período antes de Jesus, os juizes estavam estabelecendo o fundamento para receber o Messias tanto espiritual como fisicamente, centralizados no primeiro Israel. Por conseguinte, a política, a economia e a religião desse tempo estavam sob a direção de um só líder. Todavia, no curso depois de Jesus, estavam criando o reino espiritual centralizado em Jesus, o Rei dos reis espiritual, sobre o fundamento espiritual para receber o Messias, já estabelecido. Por isso, o mundo ou sociedade cristã, como o segundo Israel, é um reino espiritual sem terra, com Jesus ressuscitado como Rei.

Já que os patriarcas tinham a missão dos juízes para construir o reino espiritual, tinham, às vezes, que se tornarem profetas, sumos sacerdotes ou reis que governavam a paróquia. Conseqüentemente, a sociedade feudal cristã começou nesse tempo.

No período dos juízes, depois que os israelitas, conduzidos por Josué e Caleb, entraram na abençoada terra de Canaã, formaram uma nova nação dos eleitos de Deus, centralizados nos juízes na nova terra repartida a cada tribo. Estabeleceram assim a base da sociedade feudal israelita. Da mesma maneira, no período das igrejas cristãs sob o sistema patriarcal, o cristianismo, depois de sua libertação do Império Romano (o mundo satânico), propagou o evangelho pelas tribos germânicas, que tinham mudado para a Europa ocidental por causa da invasão dos hunos, no século IV. Estabelecendo o povo germânico como um novo povo dos eleitos de Deus na nova terra da Europa ocidental, lançaram o fundamento da sociedade feudal cristã.

Já estudamos em detalhe, na seção sobre a providência da restauração centralizada em Moisés, o fato de que, no curso da restauração de Canaã pelo povo de Israel, eles instituíram o tabernáculo como o ser simbólico do Messias e, ao mesmo tempo, como o objeto condicional que substituía Abel, para estabelecer o fundamento de substância. Por conseguinte, a nação israelita no período dos juízes devia ter exaltado a Vontade do tabernáculo, sob a liderança dos juízes. Mas, pelo fato de viverem entre as sete tribos de Canaã, sem destruí-las, os israelitas vieram a adorar seus ídolos, imitando seus maus costumes, produzindo assim um grande caos em sua fé. Da mesma maneira, no período das igrejas cristãs sob o sistema patriarcal, os cristãos deviam ter exaltado a Vontade da igreja como a entidade em imagem do Messias e, ao mesmo tempo, deviam tê-la exaltado como o objeto condicional que substituía Abel, sob a liderança dos patriarcas. Devido em parte à influência das diversas religiões do povo alemão, surgiu uma grande confusão em sua fé.

 

SEÇÃO III

O Período do Reino Unido e o Período do Reino Cristão

Ao entrarem no período do Reino Unido, terminou o período em que os juízes conduziam o primeiro Israel. Os profetas sob as ordens diretas de Deus; os sumos sacerdotes servindo ao tabernáculo e ao templo, e o rei governando o povo, se encontravam em uma posição triangular, cada um tendo que cumprir sua missão principal, centralizados na finalidade da providência da restauração. Portanto, também no período do Reino Cristão, que restaurou este período por indenização como a identidade de tempo substancial, terminou o período em que os patriarcas conduziam o segundo Israel; e os mosteiros, correspondendo aos profetas; os papas, correspondendo aos sumos sacerdotes, e os reis, governando o povo, tiveram que conduzir o segundo Israel, centralizados na finalidade da providência da restauração. O Cristianismo naquele tempo estava dividido nas cinco grandes paróquias de Jerusalém, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. O patriarca romano que ocupava a posição superior entre eles, supervisionava as outras paróquias, e tinha o título especial de "Papa".

No período do Reino Unido, o "ideal do tabernáculo" de Moisés apresentou-se como o "ideal do templo", centralizado no rei, estabelecendo assim um reino. Este era o curso em imagem, indicando que no futuro Jesus viria como o templo substancial, e construiria um reino como Rei dos reis (Is 9.6). Da mesma maneira, no período do Reino Cristão, a "Cidade de Deus", escrita por santo Agostinho como seu ideal cristão no tempo da libertação dos cristãos do Império Romano foi, nesse tempo, transformada pelo imperador Carlos Magno na forma do Reino Cristão, que foi o Reino dos Francos a partir do tempo do imperador Carlos Magno. Este era o curso em imagem, indicando que no futuro Cristo voltaria como Rei dos reis, e construiria um reino. Por isso, neste período, o rei e o papa deviam ter realizado o ideal cristão em perfeita união, centralizados na vontade de Deus. Assim, o reino espiritual sem território, estabelecido centralizado no papa, e o reino substancial, centralizado no rei, deviam ter-se tornado um, centralizando-se no ideal cristão. Se fosse esse o caso, nesse tempo, a religião, a política e a economia ter-se-iam unido, e o fundamento para receber o Messias do Segundo Advento ter-se-ia realizado naquela época.

A figura central para restaurar o fundamento de fé no período do Reino Unido era o rei, que devia realizar a palavra de Deus, dada por meio dos profetas. Os profetas e os sumos sacerdotes, estando na posição de substitutos da palavra de Deus, estariam colocados na posição de Abel em sua idade. Todavia, no curso da providência da restauração, tinham que restaurar o mundo substancial a partir da posição do arcanjo, representando o mundo espiritual. Por isso, depois de terem ordenado a um rei sobre o fundamento espiritual que estabeleceram para ele, tinham que colocar-se na posição de Caim perante ele. Por conseguinte, o rei devia governar a nação de acordo com as palavras dos profetas, e os profetas deviam obedecer ao rei na posição de seus súditos. Portanto, a figura central para restaurar o fundamento de fé neste período era o rei.

De fato, no ano 800 depois de Abraão, o profeta Samuel ordenou rei a Saul, de acordo com o mandamento de Deus, fazendo-o o primeiro rei do primeiro Israel, a nação escolhida de Deus (I Sm 8.19-22, 10.1-24). Se o rei Saul, colocado sobre a base de 400 anos do período dos juízes, tivesse cumprido seu reinado de 40 anos de uma maneira aceitável a Deus, teria se colocado na posição de ter restaurado, por indenização, o período de 400 anos de escravidão no Egito e o período de 40 anos de Moisés no palácio do Faraó, podendo assim estabelecer o fundamento de fé sobre o fundamento de 40 dias de separação de Satanás. Por conseguinte, se Saul tivesse construído o templo como a imagem do Messias sobre aquela base, e o tivesse exaltado, colocar-se-ia na posição de Moisés, tendo tido êxito na primeira restauração nacional de Canaã, finalmente construindo e exaltando o templo. Ademais, se o povo escolhido de Israel tivesse obedecido completamente ao rei exaltando o templo sobre o fundamento de fé, centralizado no rei Saul, estabeleceria o fundamento de substância, assentando assim o fundamento para receber o Messias. Contudo, o rei Saul, tendo se rebelado contra o mandamento de Deus, dado através do profeta Samuel (I Sm 15 .1-23), falhou em construir o templo. O rei Saul, que fracassou em construir o templo, foi colocado na posição de Moisés, tendo fracassado na primeira restauração de Canaã em nível nacional.

Deste modo, a providência da restauração centralizada no rei Saul foi prolongada através do período de 40 anos do rei Davi até o período de 40 anos do rei Salomão. Assim como a vontade de Abraão tinha sido realizada no tempo de Jacó, depois de passar pela de Isaac, a vontade de construir o templo pelo rei Saul, que também estava na posição de Abraão, foi realizada no tempo do rei Salomão, depois de passar pela do rei Davi. Não obstante, já que o rei Salomão abandonou a posição de Abel para a oferta substancial, por ter caído na concupiscência, o fundamento de substância tornou-se um fracasso. Em conseqüência, o fundamento para receber o Messias, que devia estabelecer-se no período do Reino Unido, também foi um fracasso.

No período do Reino Cristão, todas as condições pertencentes ao Reino Unido tinham que ser restauradas por indenização, como identidade de tempo substancial. Por isso, a figura central para restaurar por indenização o fundamento de fé deste período era o rei, que devia realizar o ideal cristão do mosteiro e do papa. O papa estava na posição do sumo sacerdote, que tinha exaltado a vontade dos profetas no período do Reino Unido. Portanto, depois de ter ordenado o rei, sobre o fundamento espiritual que tinha estabelecido para que o rei realizasse o ideal cristão, tinha que obedecer ao rei na posição de seu súdito, enquanto o rei tinha que governar o povo exaltando o ideal do papa. De fato, para este propósito da providência, o Papa Leão III ordenou e coroou o imperador Carlos em 800 d.C., fazendo-o assim o primeiro rei do segundo Israel, "a nação escolhida de Deus."

O imperador Carlos Magno, que estava colocado sobre o fundamento dos 400 anos do período das igrejas cristãs sob o sistema patriarcal, tendo restaurado por indenização o período de 400 anos dos Juízes, como identidade de tempo substancial, estava então sobre o fundamento de 40 dias de separação de Satanás, tal como o rei Saul. Conseqüentemente, o fundamento de fé deste período devia ser estabelecido quando o Imperador Carlos Magno praticasse o ideal cristão, exaltando as palavras de Cristo, sobre este fundamento. Na realidade, o imperador Carlos Magno pode estabelecer este fundamento pelo fato de se tornar rei, ordenado pelo papa. Portanto, se o segundo Israel desse tempo tivesse confiado no rei e o tivesse obedecido de maneira absoluta, firmado nessa posição, o fundamento de substância podia ter sido estabelecido naquela época, e o fundamento para receber o Messias do segundo advento também podia ter sido realizado. Fazendo isto, o reino espiritual, que estava estabelecido centralizado no papa, e o reino substancial, centralizado no rei, podiam ter-se unido sobre o fundamento espiritual para receber o Messias, e o Senhor podia ter voltado sobre aquele fundamento, estabelecendo assim o reino do Messias. Não obstante, o rei abandonou a posição de Abel para a oferta do sacrifício substancial, não exaltando a vontade de Deus, e o fundamento de substância não foi estabelecido. Em conseqüência o fundamento para receber o Messias do segundo advento também terminou em fracasso.

SEÇÃO IV

O Período dos Reinos Divididos do Norte e do Sul

e o Período dos Reinos Divididos do Leste e do Oeste

O período do Reino Unido começou com o rei Saul e continuou com o rei Davi e o rei Salomão. Mas, visto que o rei Salomão adorou os deuses gentios que suas esposas adoravam (I Rs 11.4-9), dividiu-se, depois de três gerações em Reino do Norte, Israel, centralizado nas dez tribos na posição de Caim, e o Reino do Sul, Judá, centralizado nas duas tribos na posição de Abel. Iniciou-se assim o período dos reinos divididos do Norte e do Sul.

Da mesma maneira, o Reino Cristão, estabelecido pelo imperador Carlos Magno, dividiu-se também em três reinos: os Francos do Leste, os Francos do Oeste e a Itália, na terceira geração, porque seus três netos lutaram entre si. Todavia, visto que a Itália estava sob o domínio dos Francos do Leste, estava de fato dividido em Leste e Oeste. Entretanto, os Francos do Leste cresceram muito sob o rei Oto I, chamando-se Sacro Império Romano. O imperador governava a Europa Ocidental em nome do imperador romano, tentando obter o poder tanto político como religioso. Assim, os Francos do Leste estavam colocados na posição de Abel com relação aos Francos do Oeste.

O Reino do Norte de Israel, centralizado em Jeroboão, o exilado do reino de Salomão, teve 19 reis em 260 anos. Matando-se uns aos outros, as famílias reais mudaram 9 vezes, e nenhum rei foi justo. Conseqüentemente, Deus destruiu 850 profetas de Baal e Asserá, fazendo cair fogo sobre o altar, no Monte Carmelo, por meio do profeta Elias, enviado de Judá, o Reino do Sul (I Rs 18.19-40). Enviou também muitos outros profetas como Eliseu, Jonas, Oséias e Amós, fazendo com que eles evangelizassem o povo com o risco de suas vidas. Não obstante, o Reino do Norte, Israel, continuou a adorar maus espíritos sem se arrepender, e então Deus os entregou nas mãos dos Assírios para que fossem destruídos. Foram completamente despojados do qualificativo de eleitos de Deus por toda a eternidade (II Rs 17.17-23).

Entretanto, Judá, o Reino do Sul, centralizando-se em Roboão, filho de Salomão, continuou desde o rei Davi até o rei Zedequias em uma só linha ortodoxa, produzindo muitos reis justos, entre os 20 que governaram por 394 anos. Depois do rei Josias, apareceram muitos reis injustos em sucessão e, caindo na idolatria, por influência do Reino do Norte, foram levados cativos para a Babilônia.

Sempre que o povo de Israel se colocava na posição contrária ao ideal do templo, Deus continuava enviando profetas, quatro maiores e doze menores ao todo, incentivando-os a suscitar movimentos de reforma interna. Contudo, o povo não se arrependeu, mesmo com a advertência dos profetas, e Deus tinha que operar sua providência de castigo externo entregando-os nas mãos dos gentios, tais como a Caldéia, Síria e Babilônia.

No período dos reinos divididos de Leste e Oeste, o qual restaurou este período por indenização como identidade de tempo substancial, o Vaticano se achava corrupto; e monges de renome, tais como Tomás de Aquino, São Bernardo e São Francisco, suscitaram movimentos de reforma interna, oferecendo sua advertência. Contudo, os governantes ainda tendiam a cair e corromper-se sem arrependimento, e Deus operou sua providência de expurgo externo, entregando-os nas mãos dos gentios. Foi esta a providência das Cruzadas. Quando a Terra Santa de Jerusalém pertencia ao Califa, os peregrinos cristãos eram recebidos com hospitalidade. Mas, depois da ocupação de Jerusalém pelos turcos Seljuk, por ocasião da queda do califado, eles eram perseguidos, e os reis que se sucederam, enfurecidos, organizaram as Cruzadas para restaurar a Terra Santa. As Cruzadas, que começaram em 1096, tiveram sete expedições em cerca de 200 anos, mas foram derrotadas repetidas vezes.

No período dos reinos divididos do Norte e do Sul, os povos de Israel, o Reino do Norte, e de Judá, o Reino do Sul, foram todos feitos prisioneiros pelos gentios. Assim, a sociedade autocrática de Israel finalmente caiu. Do mesmo modo, no período dos reinos divididos do Leste e Oeste, o papa perdeu completamente sua autoridade e supremacia com as derrotas das cruzadas, e o espírito nacional se descentralizou. Além disso, devido à morte de um grande número de senhores feudais e cavaleiros que mantinham a sociedade feudal, o povo perdeu sua base política. Outrossim, a enorme quantia de gastos bélicos, como resultado das contínuas derrotas, deixou-os totalmente empobrecidos. Nesse ponto, a sociedade autocrática cristã começou a declinar.

SEÇÃO V

O Período do Cativeiro e Volta dos Judeus

e o Período do Cativeiro e Volta Papal

O povo judeu, ao cair na infidelidade sem arrependimento, não restaurou o ideal do templo. Por isso, a fim de realizar novamente esta vontade, Deus permitiu que o povo judeu fosse levado cativo para a Babilônia, o mundo satânico, para sofrer escravidão lá, tal como havia permitido que os israelitas fossem para o Egito, o mundo satânico, para sofrer escravidão a fim de restaurar por indenização a falha de Abraão em sua oferta.

Da mesma maneira, como ficou tratado acima, Deus estabeleceu o período do Reino Cristão para construir o Reino do Messias. Este reino podia ser construído, estabelecendo o fundamento para receber o Messias do segundo advento, centralizado no papa e no rei, e entregando o trono e o reino ao Rei dos reis, que viria novamente como o Messias sobre aquele fundamento (Is 9.6, Lc 1.33). Mas os reis e os papas, que deviam estabelecer o fundamento espiritual sobre o qual fosse colocado o rei como a figura central do fundamento de substância, caíram na corrupção, sem jamais se arrependerem. Não estabeleceram, portanto, o fundamento para receber o Messias do segundo advento. Deus, para operar novamente sua providência para restaurar este fundamento, permitiu que o papa fosse levado prisioneiro e sofresse escravidão.

No período do cativeiro e volta dos judeus, houve o período de 70 anos, no qual o rei Joaquim, Daniel e outros membros da realeza, juntamente com os ministros do governo, oficiais, artesãos e muitos outros judeus, foram levados prisioneiros por Nabucodonosor, rei da Babilônia (Jr 39.1-10, II Cr 36.11-23, II Rs 24 e 25). Houve também o período de 140 anos, que durou desde o tempo da libertação dos judeus pelo decreto real do rei Ciro, depois que a Pérsia destruiu a Babilônia, até o tempo em que puderam voltar para sua terra pela terceira vez, para se estabelecerem como nação, centralizando-se no profeta Malaquias, para se preparar para o Messias. No período do cativeiro e volta do papa, que restaurou este período por indenização como identidade de tempo substancial, tiveram que caminhar por um curso semelhante.

Por causa de sua imoralidade, os papas e sacerdotes foram perdendo pouco a pouco a confiança do povo. As derrotas nas Cruzadas também acarretaram o colapso da autoridade papal. Entretanto, depois das Cruzadas, o sistema feudal caiu, e estabeleceu-se o estado moderno. Com a expansão gradual do poder real, o conflito entre o papa e o rei tornou-se violento. Assim, o papa Bonifácio VIII entrou em conflito com o rei francês Felipe IV, e foi até aprisionado por ele durante certo tempo. Uma geração mais tarde, Clemente V, que foi eleito papa em 1305, trasladou o Vaticano de Roma para Avignon, no sul da França, em 1309. Lá, os papas sucessivos viveram como prisioneiros durante 70 longos anos, sob a restrição dos reis franceses. Depois disso, o papa Gregório XI voltou para Roma em 1377. Depois de sua morte, os cardeais elegeram a Urbano VI, o arcebispo de Bari na Itália, como papa. Contudo, os cardeais, em sua maioria franceses, repudiaram a Urbano VI pouco depois e instituíram outro Vaticano em Avignon, no sul da França, elegendo Clemente VII como papa. Esta divisão continuou até o século seguinte, quando o concílio da reforma resolveu o problema. Os cardeais fizeram uma reunião em Pisa, Itália, em 1409, e destituíram a ambos os papas, designando a Alexandre V como o papa legítimo. Contudo, ambos os papas se opuseram à destituição, e nesse ínterim os três papas se colocaram em posições triangulares. Depois, realizaram o Concílio Geral de Constância, com a presença de muitos membros, tais como os bispos e arcebispos, incluindo teólogos, membros da realeza e embaixadores, e depuseram aos três papas de uma só vez, elegendo a Martim V como papa.

Assim, os cardeais foram privados de seu direito de eleger o papa, e este direito foi transferido àquela conferência, a qual insistiu em manter o poder soberano da Igreja Romana (1418). Esta conferência foi realizada mais tarde em Basiléia, Suíça, a fim de transformar a organização da Igreja Romana em uma monarquia constitucional. Não obstante, o papa não gostou da idéia de que a congregação tivesse o poder dominante. Ele não só deixou de assistir à conferência, mas também tentou encerrar a reunião. Apesar disso, os membros da assembléia realizaram a reunião, mas a mesma foi automaticamente anulada em 1449. Assim, o plano para estabelecer o organismo de uma monarquia constitucional na Igreja Romana fracassou, e a monarquia papal absoluta, perdida desde 1309, recuperou suas funções.

Os líderes de muitas conferências realizadas no século XIV tentaram afastar os papas e sacerdotes corruptos, instituindo os leigos como representantes, e dando a esta conferência o supremo poder e autoridade. Não obstante, o poder papal readquiriu o estado anterior ao cativeiro dos papas, e estes condenaram à pena capital todos os dirigentes da Reforma, tais como Wycliff e Huss. Foi a partir desse momento que o movimento protestante da Reforma Religiosa começou a propagar-se. Assim, o período de aproximadamente 210 anos desde o tempo em que o papa foi levado cativo para Avignon em 1309 d.C., até que a reforma religiosa se realizou em 1517, centralizada em Lutero, foi o período que restaurou por indenização, como identidade de tempo substancial, o período de 210 anos desde o tempo do cativeiro dos judeus, durante 70 anos na Babilônia, até que promoveram a reforma política e religiosa, centralizada em Malaquias.

SEÇÃO VI

O Período de Preparação para a Vinda do Messias e

o Período de Preparação para a Segunda Vinda do Messias

Os israelitas receberam Jesus somente depois do período de 400 anos de preparação para a vinda do Messias, depois de sua volta para Jerusalém, da Babilônia. Portanto, para restaurar isto por indenização, os cristãos também podem receber o Senhor do Segundo Advento somente depois do período de 400 anos de preparação para a Segunda Vinda do Messias, que começou com a volta do papa para Roma, de sua vida de cativeiro em Avignon.

A condição vertical de indenização para os 4000 anos de história da providência da restauração desde Adão, na qual a providência para restaurar o fundamento de fé, por meio do período de 40 dias de separação de Satanás, foi prolongada muitas vezes pela contínua invasão de Satanás, devia ser restaurada por indenização horizontalmente neste período final da história providencial. Para isto, veio o período de preparação para a vinda do Messias. Por conseguinte, a fim de restaurar este período por indenização, como identidade de tempo substancial, deve haver o período de preparação para a Segunda Vinda do Messias, no qual se deve restaurar por indenização, horizontalmente, neste período final da história providencial, a condição vertical de indenização para a história de 6000 anos da providência da restauração, desde Adão.

Os israelitas, que tinham voltado de seu cativeiro na Babilônia, estavam restaurando o fundamento de fé, erigindo o templo, destruído pelo rei Nabucodonosor, e estudando a lei, suscitando assim o movimento de reforma em sua fé, sob a direção do profeta Malaquias, arrependidos de seu pecado de terem adorado maus espíritos. Da mesma maneira, os cristãos medievais, depois da volta papal a Roma, estavam restaurando o fundamento de fé, promovendo o movimento da reforma religiosa, centralizada em Lutero, dando início a uma nova modalidade de fé, de acordo com a luz do evangelho, rompendo a escuridão das trevas da Idade Medieval.

O período de preparação para a vinda do Messias foi o período em que se restaurou por indenização, como identidade de tempo em imagem, o período de aproximadamente 40 anos de preparação, desde o tempo da volta de Jacó, de Harã para Canaã, até sua entrada no Egito. O período de preparação para a Segunda Vinda do Messias é o período em que se deve restaurar este período por indenização, como identidade de tempo substancial.

Em conseqüência, todos os cristãos desta idade tiveram que sofrer muitas provações e tribulações, tal como a família de Jacó, até que encontraram com José no Egito, ou como os israelitas, até que encontraram Jesus. Já que a idade providencial da restauração foi a idade em que se devia estabelecer a fé para com Deus mediante as condições externas da Lei e das ofertas, o primeiro Israel, no período de preparação para a vinda do Messias, percorreu o caminho das tribulações externas, sob o domínio das nações gentílicas, tais como a Pérsia, a Grécia, o Egito, a Síria e Roma. Contudo, já que a idade providencial do prolongamento da restauração foi o período em que se devia estabelecer a fé para com Deus pelas condições internas de oração e fé centralizadas nas palavras de Jesus, o segundo Israel, no período de preparação para a segunda vinda do Messias, tinha que percorrer o caminho de tribulações internas. Neste período, como resultado do Humanismo, que era a principal ideologia da Renascença (sendo o Iluminismo a ideologia seguinte), e da liberdade de fé, propagada depois da reforma religiosa, a religião e a ideologia caíram em uma grande confusão. Outrossim, os cristãos tiveram que sofrer indescritíveis provações internas.

Assim, para restaurar por indenização, como identidade de tempo substancial, o período de 400 anos de preparação para a vinda do Messias, iniciou-se o período de 400 anos de preparação para a segunda vinda do Messias. Estudemos aqui como se formaram as circunstâncias e o ambiente, em cada um dos dois períodos que foram os períodos de preparação para receber o Messias.

No tempo da primeira vinda do Messias, Deus enviou o profeta Malaquias à sua nação escolhida com 430 anos de antecipação, fazendo com que ele profetizasse a vinda do Messias. Ele reformou o judaísmo, preparando Israel como a nação escolhida para receber o Messias. Entretanto, entre os gentios, quase ao mesmo tempo, Deus fez com que Gautama Buda na Índia (565-485 a.C.), abrisse o caminho de uma nova base para o budismo, melhorando o hinduísmo, e que Sócrates, na Grécia (470-399 a.C.) iniciasse o período da cultura helênica. No Oriente, fez com que Confúcio (552-479 a.C.), instituísse a ética e a moralidade humana por meio do confucionismo, levando-os assim a estabelecer a cultura e religião adequadas ao lugar e ao povo, para que pudessem fazer a preparação espiritual necessária para receber o Messias que havia de vir. Jesus, vindo sobre esta base preparada, se propunha unificar todas as regiões das várias religiões e culturas, em uma única esfera de cultura cristã, absorvendo e conquistando o judaísmo, o helenismo, o budismo, o confucionismo e as demais religiões.

O período da Renascença ocorreu para restaurar por indenização, como identidade de tempo substancial, o período para criar o ambiente que Deus providenciou como preparação para a vinda do Messias, quando sua vinda era iminente. Por isso, o período da Renascença serviu para estabelecer as circunstâncias e ambiente do período para a segunda vinda do Messias. Em conseqüência, o rápido progresso na política, economia, cultura, ciência e os demais aspectos do esforço humano, como vemos hoje, começou repentinamente no período da Renascença. Este progresso desenvolveu as circunstâncias e ambiente do período, para que possamos hoje receber o Messias. Nos dias de Jesus, o vasto território político formado ao redor do Mar Mediterrâneo pela ascensão do Império Romano, com sua facilidade de comunicação em qualquer direção, e o vasto território cultural formado centralizado na língua helênica puderam estabelecer o fundamento adequado em que era possível expandir rapidamente a idéia do Messias desde Israel, centralizado em Cristo, até Roma, centralizada em Israel, e depois ao mundo, centralizado em Roma.

Da mesma maneira, visto que hoje é a época da Segunda Vinda, a esfera política democrática, baseada na liberdade, está cobrindo quase todos os cantos da Terra, com a ascensão das grandes potências. A distância entre o Oriente e o Ocidente está extremamente diminuída, devido ao rápido progresso do transporte e das comunicações e, devido ao livre intercâmbio de línguas e culturas, a ideologia para o segundo advento do Messias pode fluir livre e rapidamente aos corações de toda a humanidade. Tudo isso constitui o território preparado, providenciado de maneira perfeita por Deus. Não há dúvida alguma de que isto se tornará a melhor base sobre a qual a verdade e ideologia do Messias ficarão conhecidas no mundo inteiro no período de tempo mais breve possível, divulgando-se rapidamente quando vier o Senhor do Segundo Advento.

SEÇÃO VII

O Desenvolvimento da História do Ponto de Vista

da Providência da Restauração

Como já foi tratado no "Princípio da Criação", o Reino do Céu na Terra é um mundo feito à imagem de um homem aperfeiçoado. Em conseqüência, o mundo decaído pode ser considerado como uma imagem do homem decaído. Por isso, podemos compreender o movimento de toda a história pecaminosa da humanidade observando a vida do homem decaído.

Não podemos negar o fato de que o homem decaído possui a mente original, que se dirige para o bem, e a mente má que se dirige para o mal, em rebelião contra as ordens da mente original, constantemente em guerra entre si. Tampouco podemos negar que as boas ações, que seguem as ordens da mente original, e as más ações, que seguem as ordens da mente má, estejam em conflito entre si, em um só corpo. Assim, a sociedade humana, na qual os corpos individuais, que têm terríveis lutas dentro de si mesmos, vivem em relacionamentos horizontais desarmônicos, é uma sociedade de luta e conflito. Entretanto, a história humana nada mais é do que as vidas sociais dos homens, cheias de lutas, fluindo verticalmente e experimentando mudança constante com o transcorrer do tempo. Naturalmente, esta história tem que se desenvolver, necessariamente, com lutas e guerras.

Apesar do homem estar sempre se debatendo no meio da persistente luta entre sua mente original e sua mente má, ele deseja seguir o bem, repelindo o mal. Em conseqüência, suas ações também assumem gradualmente a direção da boa conduta, opondo-se à má conduta. Mesmo no homem decaído existe a mente original que se dirige para o bem. Por isso, ele pode participar na providência da restauração de Deus, realizando gradualmente a finalidade do bem.

Conseqüentemente, é evidente que a história, feita por tais homens, tem caminhado na direção do bem, repelindo o mal, mesmo no turbilhão da mistura do bem e do mal. Por conseguinte, o mundo final, para o qual a história está caminhando, só poderá ser o Reino do Céu, no qual se realiza a finalidade do bem. Assim, devemos compreender o fato de que lutas e guerras são também fenômenos no curso da separação do bem e do mal, a fim de realizar a finalidade do bem. Portanto, embora às vezes a batalha resulte no triunfo temporário do mal, a história, ao final, será mudada para o curso providencial da realização da finalidade do bem maior. Deste ponto de vista, podemos compreender o fato de que a história humana tem progredido para o bem, pela constante repetição de sua ação de separar o bem do mal, de acordo com a providência da restauração de Deus.

Entretanto, devido ao relacionamento linear do homem com Satanás, este, centralizando-se nos homens decaídos, tem realizado de antemão o tipo de mundo semelhante ao que Deus tenciona realizar no futuro. Como resultado, a história humana formou um mundo fora do Princípio na pseudo-forma do Princípio. Conseqüentemente, no final da história pecaminosa da humanidade, o mundo fora do Princípio na pseudo-forma do Princípio, centralizado em Satanás, será realizado antes que Deus restaure o Reino do Céu na Terra; este é o mundo do comunismo. Desta forma Satanás realiza, de um modo fora do Princípio, antes de Deus, aquilo que Deus se propõe realizar. Vemos disso que no curso providencial da restauração, coisas falsas apresentam-se na forma de verdadeiras, antes que apareçam as verdadeiras. Os versículos bíblicos que profetizam a aparição do falso Cristo, antes da vinda do verdadeiro, só podem ser elucidados por tal princípio.

1. DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA NA IDADE PROVIDENCIAL DA RESTAURAÇÃO

A sociedade inicialmente formada pelos homens decaídos foi uma sociedade coletiva primitiva. Esta era uma sociedade em que os homens satisfaziam suas necessidades, centralizando-se em Satanás. Isto foi o que Satanás realizou de um modo fora do Princípio, antes da sociedade coletivo-cooperativa que Deus se propunha realizar, centralizada em homens aperfeiçoados. Se não houvesse lutas e divisões em tal sociedade de Satanás, ela continuaria para sempre, e a providência da restauração de Deus jamais seria realizada.

Não obstante, como ficou explicado acima, há duas mentes em guerra em cada homem decaído, e este conflito dentro da mente, que se apresenta nas ações dos homens, vem a criar conflitos entre indivíduos. Por conseguinte, a sociedade coletiva primitiva não conseguia manter a paz. Ademais, conforme aquela sociedade se desenvolveu em uma sociedade em que os interesses financeiros das pessoas diferiam, o conflito naturalmente se desenvolveu a uma escala maior. Assim, pela ação da mente original do homem, que tendia a tomar parte na providência da restauração de Deus, criou-se uma divisão por meio das lutas, desde os primeiros tempos da sociedade coletiva primitiva, centralizada em Satanás.

Observando o curso do desenvolvimento da história pecaminosa da humanidade, centralizada em Satanás, percebemos que, depois da sociedade coletiva primitiva, formou-se a sociedade de clãs, e desta surgiu a sociedade feudal. A sociedade feudal finalmente expandiu seu território e soberania para formar uma sociedade monárquica. Isto é assim porque Deus tencionava chamar bons indivíduos do mundo pecaminoso e estabelecer uma sociedade de clãs do bem, centralizada neles, formando a seguir uma boa sociedade feudal, que finalmente se tornaria o reino do bem, com seu território e soberania do bem capaz de receber o Messias. Satanás, conhecendo isso de antemão, percorreu tal curso antes de Deus.

Na realidade, Deus chamou a Abraão, de tal mundo pecaminoso, para ser o centro do bem, fazendo com que ele multiplicasse seus descendentes com a capacidade de servir à vontade de Deus, Ele estabeleceu a sociedade de clãs de Israel. Mais tarde, os descendentes de Abraão foram para o Egito e lá se desenvolveram de clã para tribo. Depois de sua volta para Canaã, constituíram o período dos Juízes, e a sociedade centralizada nos Juízes foi a sociedade feudal israelita. Por que a chamamos de sociedade feudal? As características principais de uma sociedade feudal são, em primeiro lugar, seu sistema político com o relacionamento de senhor e servo, supondo-se que o último deve servir e obedecer ao primeiro; em segundo lugar, seu sistema econômico de auto-suficiência dentro do território do bloqueio. O período dos Juízes formou uma sociedade com estas características. Isto é, designava-se uma porção de terra a cada tribo da nação israelita que tinha voltado para a terra de Canaã, e as tribos formavam uma sociedade feudal, centralizada no juiz, que estava na posição de um senhor feudal. Por isso, chamamos a isto de sociedade feudal israelita.

O caráter da sociedade feudal obrigava o povo a obedecer, em absoluta submissão, à ideologia e liderança de seu senhor feudal. Em conseqüência, enquanto o senhor permanecia na vontade de Deus, o povo, naturalmente, estava do lado de Deus. Ademais, estando em tal relacionamento, podiam viver em circunstâncias em que não sofriam invasão satânica. Conseqüentemente, o significado do desenvolvimento da sociedade de clãs em sociedade feudal era para impedir a invasão satânica, tomando a posse de Satanás de volta para o lado celeste e estendendo o território pertencente à soberania divina. Sendo esta a providência de Deus, Satanás elaborou planos contrários para manter sua soberania, formando de antemão uma sociedade feudal satânica, já que ele conhecia a vontade de Deus.

Entretanto, a sociedade feudal veio a fim de estabelecer um fundamento para a sociedade monárquica com maior soberania e território. Isto é, com a sociedade feudal israelita, Deus constituiu pequenas unidades de território, com sua soberania, povo e economia pertencentes ao lado celeste, capazes de impedir a invasão satânica. Então, para realizar um fortalecimento e expansão para maior soberania celeste para seu povo e território, pela união de pequenas unidades de território, produziu-se a sociedade monárquica israelita, que foi o período do Reino Unido, iniciando-se com o rei Saul.

Como já foi mencionado acima, Jesus veio como o Rei dos reis, em todos os aspectos (Ap 11.15). Por isso, Deus formou a sociedade monárquica israelita a fim de proporcionar o fundamento sobre o qual o Messias podia vir e reinar como o Rei dos reis. Deus tencionava estabelecer a sociedade monárquica israelita sob esta providência de forma que Satanás procurou impedir a providência de Deus formando uma sociedade monárquica, centralizada em si, antes de Deus. Por isso vemos que antes do período do Reino Unido, o reino do Egito erigiu sua primeira dinastia no lado de Satanás, mais de vinte séculos antes de Cristo; este reino durou 30 dinastias. O antigo reino da Babilônia já havia unificado toda a Mesopotâmia, no tempo do rei Hamurabi, no século XVIII a.C.; e o reino dos hititas tornou-se a maior potência do Oriente, centralizado na Síria, no século XIV a.C. Assim, no mundo satânico, de acordo com a ação da mente original do homem em mútua relação com a providência de Deus, um reino mais alto no padrão do bem e outro, pior, constantemente entravam em luta, resultando na separação do bem e do mal. Portanto, se nesse tempo o rei Salomão tivesse servido à vontade de Deus até o fim, podia ter unificado todos os países orientais, demonstrando sua excelente habilidade política, depois de ter absorvido as três grandes civilizações do Egito, Mesopotâmia e Creta (minoana). Além disso, podia ter formado um território mundial que possibilitasse a realização do ideal messiânico. Contudo, devido à queda do rei Salomão, Deus teve que operar sua providência de destruir a sociedade monárquica.

Assim, os reis do período do Reino Unido não proporcionaram o fundamento sobre o qual se podia restaurar a soberania de Deus, estabelecendo o fundamento de fé. Por isso, Deus finalmente dividiu o reino em Reino do Norte e Reino do Sul. Deus permitiu que o Reino do Norte fosse destruído pela nação gentílica da Assíria (a Assíria tornou-se a nação mais forte, erigindo o primeiro "Império Mundial", ao conquistar a parte central do Oriente Médio, incluindo o Egito, no século VIII a.C.). Quando o Reino do Sul, Judá, tendo servido à vontade de Deus, logo se rebelou contra Ele, Deus permitiu que ele caísse nas mãos da Nova Babilônia (depois da queda do Império da Assíria, os caldeus erigiram o reino da Nova Babilônia, ou Reino da Caldéia, cuja capital era a Babilônia). Depois da queda do Reino de Judá, Deus manteve vago o trono judeu, até a vinda do Messias, fazendo com que o povo judeu pertencesse a muitas nações gentílicas. De modo especial, fazendo com que o povo judeu pertencesse à esfera da civilização helênica, que seria o fundamento da democracia, Deus providenciou uma sociedade de tipo democrático (em torno de seus eleitos), para que mais tarde, se o povo judeu recebesse o Messias por ocasião de sua vinda, ele pudesse tornar-se seu Rei, de acordo com a vontade do povo. Contudo, visto que a vontade do povo judeu foi crucificar a Jesus, em vez de elevá-lo ao trono, a finalidade da providência da restauração de Deus, de 2000 anos, que Ele tencionava realizar centralizando-se nos descendentes lineares de Abraão, foi realizada apenas espiritualmente.

2. DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA NA IDADE PROVIDENCIAL DO PROLONGAMENTO DA RESTAURAÇÃO

(1) A Providência da Restauração e a História Européia

O Império Romano, que havia perseguido o Cristianismo, finalmente se rendeu perante Jesus crucificado, no fim do século IV, e decretou o Cristianismo como sua religião nacional. Contudo, se no início o povo judeu se tivesse unido em fé e servido a Jesus como o Messias, o antigo mundo unificado às margens do Mar Mediterrâneo, centralizado no Império Romano, teria ficado necessariamente comovido e inspirado por Jesus, durante sua vida, e eles teriam erigido um reino centralizado em Jerusalém, exaltando a Jesus como seu Rei. Contudo, devido à falta de fé dos israelitas, a nação judaica foi destruída, e o Império Romano, que devia ser a base do reino do Messias, começou a cair, até que em 476 Roma Ocidental foi destruída por Odoacro, chefe ostrogodo. Assim, a providência de restauração de Deus foi transferida da Judéia, a terra do amargo sofrimento, para a Europa Ocidental, que era o território de Roma Ocidental. Em conseqüência, a providência espiritual da restauração pelo Cristianismo, depois de Jesus, foi realizada tendo por base a Europa Ocidental. Portanto, a história providencial da restauração desta idade se desenvolveu somente na Europa Ocidental. Por esta razão, o curso do desenvolvimento da história, discutido pelo materialismo histórico, é aplicável somente à história da Europa Ocidental. Deste modo, a história cristã, centralizada na Europa Ocidental, tornou-se a fonte histórica central para a formação da idade providencial do prolongamento da restauração.

(2) Relações Mútuas Entre a História da Religião, a História da Economia e a História da Política

Já estudamos no "Princípio da Criação" que Deus criou o homem com os aspectos duais de homem físico e homem espiritual, para fazer com que ele dominasse os dois mundos; isto é, o mundo visível e o mundo invisível. Por conseguinte, se o homem não tivesse caído, seu homem espiritual e homem físico podiam ter crescido e se aperfeiçoado juntos, e seu intelecto, tanto espiritual como físico, podia ter formado uma perfeita harmonia, ao mesmo tempo, durante a vida física do homem. Contudo, devido à queda, o homem caiu na ignorância, tanto do aspecto espiritual como do físico. A partir desse ponto, a ignorância espiritual do homem tem sido iluminada pela religião, enquanto sua ignorância da realidade física tem sido superada pela ciência, como já vimos (cf. Parte I, Capítulo III, Seção V, 1).

Como foi afirmado, a ignorância espiritual do homem tem sido superada gradualmente, à medida que ele tem buscado o invisível "mundo da causa", por meio da religião. Já que a religião não satisfaz as necessidades imediatas de todos, o desenvolvimento do aspecto espiritual pode ser ativo (aos saltos) com pessoas específicas, mas é geralmente muito lento com as demais. Podemos ver isto pelo fato que mesmo hoje, quando a religião está divulgada pelo mundo inteiro, há muitas pessoas cujo aspecto espiritual não é melhor do que o dos homens da antigüidade.

Por outro lado, a ignorância física do homem tem sido consideravelmente superada pela investigação científica do "mundo do efeito", o mundo natural (ou físico), que é familiar a todos. A ciência é uma necessidade imediata para todos porque desenvolve nossa vida diária. Portanto, o caminho para a libertação da ignorância da realidade física é rápido e largo, e aberto a muitos. No entanto, na religião, o objeto que buscamos é o mundo invisível da causa, que é transcendente, ao passo que na ciência buscamos o mundo visível do efeito, que é palpável. Por isso, até o presente, a religião e a ciência têm estado em conflito entre si, como forças que não admitem nenhum meio termo lógico. Além disso, Satanás, que ora retém a soberania sobre o mundo da criação, está constantemente invadindo e destruindo os homens em suas vidas quotidianas. Por conseguinte, o caminho da religião, até hoje, tem sido considerado algo que o homem não pode transitar sem abandonar sua vida quotidiana. Naturalmente, a religião não tem estado em harmonia com a ciência, que busca o benefício do mundo físico. Deus originalmente criou, primeiro, o corpo físico do homem, que é externo, e depois seu espírito, que é interno (Gn 2.7). Portanto, como estudaremos em detalhe na Seção I do capítulo seguinte, Sua providência de restauração, de acordo com o princípio da recriação, deve também ser submetida ao processo da providência, a partir do externo para o interno. Do ponto de vista deste princípio da providência, é evidente que a religião e a ciência têm seguido um curso de desenvolvimento em desarmonia entre si.

Esta espécie de dissonância é também encontrada na relação entre religião e economia. O motivo é que a economia, tal como a ciência, pertence ao mundo físico, e se desenvolve em íntimo relacionamento com o progresso da ciência. Com respeito a tal relacionamento, a história da religião está em conformidade com a providência interna de Deus, e a história da economia está em conformidade com Sua providência externa. Contudo, é inevitável que haja diferenças entre a religião e a economia, no que se refere à sua direção e à medida de seu desenvolvimento. Por conseguinte, para entendermos o desenvolvimento da história da Europa Ocidental, que passou por um curso análogo à providência da restauração de Deus, devemos estudar a história do Cristianismo e da economia separadamente.

No entanto, tal como no caso da religião e ciência, a religião e a economia também não podem desenvolver-se totalmente livres de relacionamento, porque ambas têm as missões separadas de restaurar as vidas internas e externas dos homens decaídos. Portanto, tal como a religião e a ciência, a religião e a economia formaram as respectivas histórias do Cristianismo e da economia mediante seus relacionamentos com nossa vida social, embora possam ter estado em conflito entre si, em alguns aspectos. A religião e a economia se relacionam com nossa vida social por meio da política. Isto é especialmente evidente na Europa Ocidental, que foi fortemente cristianizada. A política na Europa Ocidental devia ter harmonizado, através da vida social, o desenvolvimento econômico que seguiu o grande desenvolvimento da ciência, e o movimento do Cristianismo, que ainda não havia conseguido tomar uma direção clara na providência da restauração. Portanto, a história política da Europa Ocidental dirigiu-se para uma nova direção. Conseqüentemente, para entendermos com exatidão o desenvolvimento histórico para a providência da restauração, devemos estudar em separado também a história política. Como exemplo, estudemos o curso do desenvolvimento da história da Europa Ocidental no final do século XVII.

Do ponto de vista da história da religião, a sociedade democrática cristã já estava formada neste período. Com o colapso do reino espiritual sob a autoridade absoluta do papa, que ocorreu devido à Reforma Religiosa, em 1517, os homens medievais foram liberados da vida de fé e de sua submissão ao papa, e todos podiam livremente viver sua vida de fé, centralizados na Bíblia. Politicamente, porém, este período viu a ascensão da sociedade monárquica absoluta; ao passo que, do ponto de vista do aspecto da história da economia, existia a sociedade feudal, sob o sistema do feudo. Assim, a sociedade neste período era uma sociedade democrática no aspecto religioso, uma sociedade monárquica no aspecto político e uma sociedade feudal no aspecto econômico. Assim, para entendermos o caráter desta época, do ponto de vista da providência da restauração, devemos considerar seus cursos de desenvolvimento separadamente. Depois, devemos saber porque o desenvolvimento histórico no período da providência da restauração (a Idade do Velho Testamento) não tinha passado por tal processo. Na antiga sociedade, estando a ciência paralisada, o desenvolvimento da economia estava estagnado. Os israelitas da Idade do Velho Testamento, quando seu modo de vida era igual para todos, levavam uma vida simples sob um sistema social com relações de senhor e servo, em que deviam obedecer à rigorosa lei sob as ordens de seu líder. Por isso, sua vida religiosa era, na realidade, sua vida social. Em conseqüência, neste período, a religião, a política e a economia não podiam desfrutar de desenvolvimento separado.

3) Sociedade de Clãs

Estudemos agora a maneira pela qual se desenvolveu a história, do ponto de vista da religião, da política e da economia, na idade providencial do prolongamento da restauração (Idade do Novo Testamento).

Já esclarecemos acima que a sociedade de clãs do lado celeste se formou pela divisão da sociedade coletiva primitiva satânica pela tendência da mente original do homem, em relação com a providência da restauração de Deus, que acarretou a separação dos homens da vontade de Deus. Da mesma maneira, com a crucifixão de Jesus a nação escolhida de Deus caiu perante Satanás, e Deus não podia operar sua providência de restauração com a sociedade como estava. Devido a isso, Deus dividiu a sociedade e chamando os cristãos devotos, estabeleceu a sociedade cristã de clãs.

Tal como na Idade do Velho Testamento as 70 pessoas, centralizadas nos 12 filhos de Jacó, haviam iniciado seu curso providencial formando a sociedade israelita de clãs, os 70 discípulos e 12 apóstolos, centralizados em Jesus, iniciaram seu curso providencial formando a sociedade cristã de clãs. Já que a sociedade cristã de clãs era uma sociedade cristã primitiva, não havia necessidade de um sistema organizado em sua política e economia, neste período. Em conseqüência, neste período, a religião, a política e a economia não podiam desfrutar de um desenvolvimento separado.

A sociedade cristã de clãs prosperou gradativamente enquanto era cruelmente perseguida pelo Império Romano, formando finalmente a sociedade cristã de tribos. Depois, o Império Romano Ocidental finalmente caiu em 476 d.C., devido ao grande movimento das nações que se iniciou pelo fim do século IV. Quando o Cristianismo se propagou entre o povo germânico, uma vasta sociedade cristã ficou estabelecida.

(4) Sociedade Feudal

Depois da sociedade de clãs, no curso do desenvolvimento da história, se encontra a sociedade feudal. A sociedade feudal nasceu quando, por volta do tempo da queda do Império Romano Ocidental, o poder monárquico diminuiu e as nações caíram em um estado de desordem. A partir desse tempo, a religião, a política e a economia da sociedade cristã da Europa Ocidental começaram a diferenciar-se, tendo cada uma seu curso de desenvolvimento separado. A sociedade feudal era constituída de um sistema político de acordo com a relação de senhores e servos, criada entre os senhores feudais maiores, médios e menores, e os cavaleiros, sob a promessa de obediência e serviço, como também do sistema econômico de auto-suficiência do sistema de feudos. A terra era dividida entre os senhores. O poder do rei, como um dos senhores feudais, era descentralizado. Cada senhor possuía um certo lote de terra, cedido pelo rei e, tendo sua terra independente, podia exercer até mesmo a autoridade do direito judicial. Devido a isso, a terra era quase como uma propriedade privada, separada do poder nacional sobre ela. Tal posse privada da terra chamava-se feudo.

Alguns nobres de grau inferior doavam terras particulares a certos senhores feudais ou templos com a finalidade de serem protegidos pelo governante, e recebiam a terra de volta na forma de empréstimo. Este era outro tipo de feudo. Assim, havia feudos por todo o país. Os cavaleiros da classe mais baixa recebiam o lote de um feudo, e cada um servia a seu senhor feudal como um soldado, enquanto o rei ou o senhor possuíam centenas, ou mesmo milhares de feudos.

O aspecto religioso também se desenvolveu em direção semelhante à da sociedade feudal estudada acima, centralizado no Cristianismo. Esta se chama a sociedade feudal cristã. Isto é, o patriarca, o arcebispo e o bispo tinham posições que correspondiam a um senhor maior, médio ou menor; assim como o rei era um dos senhores feudais, o papa era também um dos patriarcas. Havia também um sistema de governo de tipo religioso, sob um relacionamento absoluto de senhor e servo. Os bispos, possuindo terras feudais doadas pelos crentes, assemelhavam-se aos senhores feudais, que desfrutavam de uma poderosa posição entre as numerosas classes da sociedade feudal.

A seguir, estudado no aspecto econômico, este foi o período em que o sistema antigo de escravidão foi transformado em sistema feudal. Em conseqüência, o povo comum veio a possuir terras a partir deste tempo. Assim, a posição social do povo conforme o sistema agrário deste período era dividida, aproximadamente, em quatro classes: o nobre, o lavrador, o servo e o escravo.

Deste modo, Deus pôde providenciar a base sobre a qual, mais tarde, poderia ser construído o reino do lado celeste, estabelecendo a sociedade feudal em torno do povo germânico, que Ele havia escolhido, fortalecendo as pequenas unidades de território celeste nos três aspectos da religião, política e economia, sobre o fundamento do Império Romano Ocidental decaído.

(5) Sociedade Monárquica e Sociedade Imperialista

A sociedade monárquica veio depois da sociedade feudal no curso do desenvolvimento da história. Então, de que modo se formou a sociedade monárquica, do ponto de vista do aspecto político da Europa Ocidental? Cada um dos estados erigidos pelos alemães, que se tinham trasladado para a Europa Ocidental, existiu por um breve período de tempo, exceto o Reino dos Francos, que continuou por muito tempo. Os Francos eram uma tribo de alemães ocidentais que, depois de terem estabelecido o reino merovíngio, se uniram ao Cristianismo. Assimilando a civilização romana, formaram na Europa Ocidental um mundo do estilo romano, com uma herança germânica. Depois da queda desse reino, Carlos Martel expandiu seu poder expulsando os mouros, que tinham invadido o sudoeste, enquanto seu filho, Pepino, fundou o reino carolíngio. Carlos Magno, filho de Pepino, que tinha em alta consideração a teoria da teocracia de santo Agostinho, se propôs estabelecer uma nação monárquica tendo esta teoria como a ideologia nacional, logo que se tornou rei. Carlos Magno estabeleceu o poderoso reino dos francos, unificando a Europa central e estabilizando a segurança da Europa Ocidental, que se encontrava em uma situação caótica devido ao grande movimento das nações.

A sociedade monárquica cristã que seguiu a sociedade feudal cristã no aspecto religioso era uma sociedade de reino espiritual sem terra, estabelecida centralizando-se no papa sobre o fundamento espiritual para receber o Messias. O papa Leão III ordenou Carlos em 800 d.C., coroando-o imperador e dando-lhe o direito divino. Assim, o reino espiritual, que tinha sido estabelecido centralizado no papa, e o reino dos francos, que tinha sido erigido politicamente, uniram-se um ao outro e formaram o Reino Cristão.

O período do Reino Cristão foi o período de identidade de tempo com o período do Reino Unido na Idade do Velho Testamento. A finalidade do fato de ter o período monárquico seguido o período feudal foi formar uma maior soberania celeste para seu povo e seu território, unindo a sociedade feudal. Em conseqüência, se o papa, que estava estabelecendo o fundamento para restaurar o mundo substancial do ponto de vista do arcanjo, tivesse obedecido ao rei da posição de Caim, depois de ter abençoado ao rei, e se o rei tivesse estabelecido o Reino Cristão completamente de acordo com a vontade de Deus, dirigindo o governo para realizar o ideal messiânico, conforme a ideologia do papa, este período podia ter se tornado os Últimos Dias, em que poderiam receber o Messias. Assim, se a verdade que podia resolver completamente os problemas de conflito entre a religião e a ciência, através de um tema unificado, tivesse aparecido neste tempo, o fundamento para receber o Messias do segundo advento seria estabelecido então, sobre essa base, através da religião, da política e da economia, desenvolvendo-se nesse tempo em uma só direção de comum acordo centralizando-se em uma só ideologia.

Por conseguinte, a sociedade feudal devia ter terminado completamente nesse tempo, com a vinda do período do Reino Cristão. Não obstante, visto que os papas e reis agiam separados da vontade de Deus, o ideal original de Carlos Magno não pôde ser realizado e a forte base do sistema feudal não desmoronou, continuando ainda por muito tempo depois. Em conseqüência, a religião, a política e a economia continuaram separadas; o reino espiritual, centralizado no papa e o reino substancial, centralizado no rei, tomaram posições contraditórias, e se separaram.

Deste modo, Carlos Magno, que havia erigido o reino sobre o fundamento do sistema feudal amadurecido, não pôde romper as barreiras do feudalismo. Por isso, ele estava, na realidade, na posição de nada mais do que um grande senhor feudal. Tendo assim fracassado o Reino Cristão em estabelecer um reino capaz de receber o Messias do segundo advento, o sistema feudal se fortaleceu cada vez mais, e a sociedade feudal de muitas classes, no aspecto político, continuou no apogeu até a ascensão da sociedade de monarquia absoluta. Conforme as classes feudais começaram a declinar, desde meados do século XVII, o poder dos senhores feudais, que tinha estado descentralizado, centralizou-se em torno do rei. Deste modo, o rei, elevado ao trono tendo "o direito divino dos reis" como sua ideologia política, veio a desfrutar de poder absoluto. Pode-se dizer que foi entre a metade do século XVII e a Revolução Francesa em 1789 que o rei de fato formou a sociedade monárquica no aspecto político, separado da posição de senhor feudal, na sociedade feudal de classes.

A seguir, qual foi a conseqüência da sociedade monárquica cristã, do ponto de vista da história da religião? Visto que os papas desta idade se tornaram secularizados, incapazes de cumprir a vontade de Deus, gradativamente caminharam na direção do declínio espiritual. Ademais, a dignidade do papa decaiu devido ao fracasso das Cruzadas, o papado desceu a uma posição titular, com o cativeiro do papa em Avignon, no sul da França. Deste modo, a sociedade monárquica cristã, que era o reino espiritual centralizado no papa, continuou até o irromper da reforma religiosa em 1517.

Quanto ao curso do desenvolvimento econômico neste período, persistiu o sistema feudal da economia, mesmo na sociedade monárquica absoluta, em que o sistema político era centralizado, depois da decadência do sistema feudal. Assim, não somente no aspecto da economia agrícola, mas também nas outras esferas econômicas, que já se transformavam no capitalismo, o sistema econômico até a Revolução Francesa não pôde transcender os limites do feudalismo. Isto é, mesmo os agricultores independentes (lavradores), que confiavam no poder do rei para resistirem ao jugo do senhor feudal, não conseguiam subtrair-se às limitações do sistema feudal, enquanto os fabricantes, que conspiravam com o rei, conhecendo as desvantagens da divisão feudal, por fim se tornaram também mercantilistas feudais.

Se a sociedade feudal foi seguida da sociedade monárquica, em termos da estrutura política, então, que seguiria ao feudalismo, em termos de economia? Seria a sociedade capitalista; e a sociedade imperialista a seguiria. A centralização do capital é uma característica do capitalismo, principalmente do imperialismo, assim como a centralização do poder na política é uma característica da monarquia. O capitalismo começou a florescer desde o início da sociedade monárquica absoluta, em meados do século XVII, e gradualmente alcançou sua maturidade depois do período da revolução industrial na Inglaterra.

Deste modo, surgiu a sociedade capitalista a fim de desenvolver o fundamento econômico de pequena unidade, que tinha sido conquistado através do sistema econômico feudalista, para um fundamento de grande unidade. Ademais, para restaurar um fundamento mundial da economia, o capitalismo passou para o estágio do imperialismo. O que devemos ter em mente aqui é que o modelo da providência da restauração de Deus foi constituído centralizado na Europa Ocidental. Em conseqüência, o imperialismo discutido aqui também indica o que se tem desenvolvido centralizado no oeste da Europa.

A idéia imperialista, que se expandiu no ocidente, incentivou as nações cristãs da Europa Ocidental a obterem colônias em todo o mundo, antes e depois da Primeira Guerra Mundial. Deste modo, o mundo progrediu, radicalmente, para a esfera cultural cristã.

(6) Democracia e Socialismo

Depois da idade da monarquia veio a idade da democracia. Entretanto, a razão pela qual veio a idade da monarquia foi para erigir o reino capaz de receber o Messias como Rei. Contudo, já que essa idade não cumpriu tal missão, Deus destruiu esta sociedade e estabeleceu a democracia, a fim de operar uma nova providência para a reconstrução do reino messiânico.

A democracia é um princípio pelo qual o povo possui a soberania de dirigir seu próprio governo, por sua própria vontade. Conseqüentemente, a finalidade da democracia é derrubar a ditadura satânica e estabelecer um novo sistema político, possibilitando que se realize a providência da restauração para receber o Messias como Rei. Com o decorrer da história, o espírito humano se torna cada vez mais esclarecido, sob a benévola influência da época através da providência da restauração. Por isso, a mente original do homem, em mútua relação com essa providência, inconscientemente passa a buscar a religião. Esta mente original em busca da religião termina por buscar o Cristianismo, dado por Deus como a religião definitiva e última.

Este é, de fato, o motivo por que o mundo atual está a caminho da formação de uma só esfera de cultura cristã. Naturalmente, conforme a história se aproxima de sua consumação, a vontade do povo tende para tornar-se cristã e o governo democrático, que segue a vontade do povo, se vê obrigado também a mudar para o Cristianismo. Assim, quando o Messias voltar para a sociedade sob o governo democrático, bem amadurecido pelo espírito cristão, ele poderá estabelecer a soberania de Deus na Terra pela vontade do povo, restaurando, assim, o Reino do Céu na Terra. Devemos saber, pois, que a democracia é, afinal de contas, o princípio político da providência final de Deus para aniquilar a ditadura satânica e restaurar, de acordo com a vontade do povo, a soberania de Deus centralizada no Senhor do Segundo Advento. Assim, o espírito democrático, que se levantou contra a monarquia absoluta no final do século XVIII, motivou as revoluções democráticas na Inglaterra, Estados Unidos e França, derrubando a sociedade monárquica, e estabelecendo o fundamento da sociedade democrática. Estudamos a democracia do ponto de vista do desenvolvimento da história, mas a democracia, do ponto de vista do progresso providencial dos ideais hebraicos e helênicos, será tratada no próximo capítulo.

A seguir, com respeito ao curso do desenvolvimento da história na esfera religiosa, vimos a vinda da idade da democracia no Cristianismo, depois que a Reforma Religiosa de 1517 d.C., causou o colapso do reino espiritual sem terra centralizado no papa. A democracia no Cristianismo, através da reforma religiosa, causou o colapso do reino espiritual, que tinha estado sob a ditadura do papa. Originalmente, este reino centralizado no papa, como foi discutido acima, devia realizar um reino capaz de receber o Messias do segundo advento, pelo fato de tornar-se o papa um com o rei. Contudo, o papa falhou em realizar esta missão. Assim como a democracia foi criada a fim de deitar por terra a soberania ditatorial da sociedade monárquica absoluta, assim a democracia no Cristianismo veio com a finalidade de destruir a soberania ditatorial do papa, que estava procedendo fora da vontade de Deus. Era natural que depois da Reforma Religiosa viesse a idade da democracia no Cristianismo, na qual todos pudessem buscar livremente a Deus, centralizados na Bíblia, sem ter que passar pela mediação do papa ou dos sacerdotes. Deste modo, também no aspecto da religião, entraram na idade em que os crentes podiam procurar sua modalidade de fé religiosa, de acordo com seu livre arbítrio, sem se submeterem a pessoa ou coisa alguma. Assim, a democracia no Cristianismo veio a criar um clima social cristão em que o povo podia, no futuro, livremente ir para o Messias do segundo advento, qualquer que fosse a maneira ou a forma que ele voltasse.

Por outro lado, no curso do desenvolvimento da história econômica, surgiu o socialismo com o fim de romper o imperialismo e estabelecer uma sociedade econômica democrática pela mesma lei do desenvolvimento. Assim, a primeira guerra mundial pode ser considerada como a guerra para as nações imperialistas obterem colônias, ao passo que, no final da segunda guerra mundial, surgiu a democracia nacional para demolir a política colonial imperialista, forçando os grandes poderes a abandonarem sua política colonial e a liberarem os poderes menores. Em conseqüência, a idade da economia capitalista transformou-se na idade da economia socialista, justamente por ocasião do colapso do imperialismo.

É muito natural que o mundo satânico, que se dirige para uma sociedade comunista, advogue o socialismo. A razão disso é porque Satanás procura realizar de antemão o curso do lado celeste, que se dirige para o sistema de economia socialista, embora as direções e os conteúdos de ambos sejam totalmente diferentes um do outro.

Do ponto de vista do Princípio da Criação de Deus, o valor original do homem, dotado na criação, deve ser igual entre dois indivíduos quaisquer. Portanto, Deus tenciona dar a todos um ambiente igual e condições de vida iguais, tal como os pais humanos fariam a seus filhos. Portanto, a produção, a distribuição e o consumo devem ter um relacionamento orgânico mútuo idêntico ao que existe entre o estômago, o coração e os pulmões do corpo humano. Assim, não deveria haver competição no mercado por causa de produção excessiva, nem acumulação ou consumo excessivo, que obstruiria a finalidade da vida do todo, devido a uma distribuição injusta. Deve haver uma quantia de produção necessária e suficiente, uma distribuição em quantidades justas e adequadas, e um consumo razoável para a finalidade geral, assim como no fígado do corpo humano, deve haver uma reserva apropriada para o bom funcionamento do corpo todo.

O homem, criado com tal ideal, não pode deixar de exigir tal sistema de vida socialista, já que ele muito naturalmente busca sua natureza original, lutando pela liberdade democrática na consumação da história providencial, que possibilitará a restauração do ideal original. Se a vontade do povo exige isto, a política, de acordo com a vontade do povo, deve também ir na mesma direção. Por conseguinte, afinal deverá vir uma sociedade socialista centralizada em Deus. Podemos encontrar uma idéia socialista até mesmo na sociedade cristã antiga, enquanto o ideal da "Utopia" de Thomas Morus da Inglaterra, no século XVI, era também o socialismo, e a ideologia baseada no humanismo de Owen, no período da revolução industrial da Inglaterra, era também este, juntamente com o socialismo católico e protestante, originado pelo pensamento cristão de Kingsley, da Inglaterra. Tudo isto deve considerar-se como proveniente da expressão espontânea da natureza original do homem, que se dirige para o ideal da criação.

(7) O Princípio da Coexistência, Coprosperidade e Causa Comum e o Comunismo

A influência benéfica da idade da providência da restauração de Deus ajuda a desenvolver a natureza original do homem, dotada na criação, que foi impedida de manifestar-se devido à invasão satânica. Portanto, de acordo com tais desejos espontâneos, dotados na criação, os homens inconscientemente buscam o mundo do ideal da criação de Deus, com ardente aspiração. Conseqüentemente, a mente original do homem, que se dirige para a sociedade socialista do lado celeste, vem, afinal, a advogar o princípio da coexistência, coprosperidade e causa comum, finalmente realizando o mundo ideal em que a finalidade da criação de Deus é concretizada. Este é o verdadeiro Reino do Céu na Terra, centralizado no Senhor do Segundo Advento.

Satanás, sempre tentando realizar a providência de Deus antecipadamente, está se dirigindo para o mundo do comunismo, advogando o chamado "socialismo científico", baseado no materialismo. Dizem os comunistas que a história humana, tendo se desenvolvido a partir da sociedade comunista primitiva, está agora retornando a uma sociedade comunista, mas sem conhecer a causa disto. Deus, uma vez tendo prometido ao homem realizar o Reino do Céu na Terra depois de criar o homem, permite a Satanás, que teve primeiro um relacionamento de sangue com o homem, realizar seu mundo fora do Princípio, em uma pseudo-forma do Princípio, centralizando-se nos homens decaídos. O mundo comunista nada mais é do que este mundo fora do Princípio, em uma pseudo-forma do Princípio, em que Satanás realizou antecipadamente a imitação do Reino do Céu na Terra, que Deus vai restaurar.

A democracia surgiu a fim de substituir a ditadura política da monarquia e de devolver a soberania ao povo. De modo semelhante, o lado celeste está procurando realizar o princípio da coexistência, coprosperidade e causa comum, depois de passar pelo socialismo, a fim de demolir o sistema econômico imperialista, em que a propriedade do estado é monopolizada por certo indivíduo ou classe, e de estabelecer um sistema de economia, em que todos possam desfrutar por igual das riquezas. Entretanto, o lado satânico está procurando realizar o comunismo, antecipando-se a Deus. Em conseqüência, o socialismo se apresenta para realizar uma sociedade econômica de um tipo verdadeiramente democrático.

Esclarecemos anteriormente o fato de que a história da providência da restauração, centralizada na Europa Ocidental, foi separada nos três aspectos de história religiosa, história política e história econômica, desenvolvendo-se cada uma por um curso formal. Como, então, poderá isto fornecer o fundamento para o ideal do Segundo Advento, completando a história providencial, em que se unem no mesmo curso histórico? Esclarecemos acima, também, que o desenvolvimento da história se produziu em três divisões, porque a religião e a ciência, que deviam vencer a ignorância espiritual e física do homem, não estavam unificadas em um só tema. Por conseguinte, para que a história, tendo se desenvolvido sob três aspectos diferentes, possa culminar em um só ponto focal, em que se realize um ideal único, deve manifestar-se a Nova Verdade, que pode resolver os problemas da religião e da ciência, sob um só tema unificado.

Virá então uma sociedade política em que toda a humanidade, tendo sido unificada no coração e seio de Deus através da religião baseada na verdade, realizará o ideal da criação sobre a base econômica, centralizando-se no ideal de Deus. Este é o verdadeiro Reino Messiânico, baseado nos princípios da coexistência, coprosperidade e causa comum.